O MEU PRIMEIRO BICHINHO

Caixa de cartão guarda o pequenino

Feição estranha ondulante movimento

“Não te esqueças na vinda pela mata

Das folhinhas certas para sustento”

 

“Eu sei Mãe” é a bondosa amoreira

Que o artista jardineiro plantou

Frescura grande copa graciosa

Dias quentes do verão que ora chegou

 

A varanda de catos e avencas

Conserva muito zelosa o segredo

Seu menino não conta nada a ninguém

De lhe apor um curto nome tem medo

 

Que angústia ó tamanha hesitação

Se o batiza ficará mais amigo

Mas crescerá a dor de o perder

“Eu aconchego-te vem dormir comigo

 

Ai do amanhã o que será de ti?”

“Não abanes assim protege-o da queda”

Excitado está em irrequietude

“Nunca paras meu bichinho-da-seda?”

 

Carlos Braz Saraiva

30 maio 2020

Para a Minha Querida Neta Alba em Dia de Aniversário