O RELÓGIO

Desbragou-se esparramado

De todo desatinado

No chão está esmurrado

 

Desalinhou o esparvoado

Ora atrevido ora travado

Sem maneiras o desconchavado

 

“Sopro-te e desencravo-te

Te rodo e te aperto

Estás afinado

 

Nem folgas nem dislates

Corrijo-te e te encaixo

Estás sincronizado

 

Não mais estrebuchas

Perfeição é simetria

Estás aprumado”

 

“Mas se cerceias o desejo do passo incerto

O que será do apaixonado?”

 

Carlos Braz Saraiva